terça-feira, 27 de setembro de 2011

EXERCÍCIO DE PRONOMES DEMOSTRATIVOS

Agora é hora de você treinar o que aprendeu.
Vamos lá!

Empregue nos exercício a seguir o pronome demonstrativo adequado:

1-    Tenho sempre lembranças disto eu o amo e sempre o amarei. (disto, disso)

2-     Por que você esta usando essa       calça rasgada? (esta, essa )

3-    Como são difíceis     estes       dias que estamos atravessando! ( estes, esse).

4-     O perdão e a vingança se opõem frontalmente:       esta      degrada os homens; aquele        os eleva. (esse, esta).

5-    Qual o manequim desse vestido que você está usando (deste, desse).

6-     Senhor presidente: em resposta ao ofício nº 5/92     dessa presidência , peço vênia para esclarecer que   esta   divisão que me cabe dirigir não pode ser responsabilizada por todas    essas    irregularidades a que V.Exa.  se refere. ( desta, dessa , esta, essa, estas, essas).

7-     Este mês em que estamos esta passando rápido. ( este, esse)

8-    Você disse que vai viajar em março para o Rio Grande do Sul      este    mês também é de chuva lá   naquele    Estado/ ( este, neste, nesse, naquele)

9-    Será que ninguém   desta  casa entende?  (desta, dessa)

10- Má escavação causa influencia na gengiva e    isso    todos deveriam saber. ( isto, isso)
1.    Complete estas frases com os pronomes demonstrativos adequados; se necessário, use-os combinados  com proposições.


a)    Este pincel que tenho em minhas mãos pertenceu a um famoso pintor brasileiro.

b)    Por que você anda sempre com essas mãos enfiadas nos bolsos?

c)    Vejo * que tenho * sacola: são  laranjas que colhi * pomar ali adiante .

d)    Você esta vendo aquele grupo de rapazes lá do outro lado da praça?

e)    Por favor, traga-me esse pacote que está ai do seu lado.

f)     Por favor, ajude-me a carregar este pacote aqui.

g)    Por favor, ajude-me a trazer até aqui aqueles pacotes que estão na outra sala.

2.    Nestas frases, os pronomes demonstrativos e suas combinações retomam ou antecipam termos, complete-as

a)    A única verdade é essa: ele foi responsável pelo acidente.

b)     Apesar de ter sido o responsável pelo acidente, ele nunca reconheceu aquele fato.


c)    Compramos um programa capaz de gerenciar os dados armazenados em nosso micro. Um programa este é indispensável ao bom desempenho do equipamento.

d)    Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade falam em de perto ao meu coração: isto, pela inquietude de lucidez: isso, pela feliz simplicidade de sua expressão.

TIPOLOGIA TEXTUAL

Narração: Desenvolvimento de ações. Tempo em andamento.

Narrar é contar uma história. A narração é uma seqüência de ações que se desenvolve na linha do tempo, umas após outras. Toda ação pressupõe a existência de uma personagem  o que a pratica em  determinado momento em um determinado lugar, por isso temos quatro dos seis componentes fundamentais de um emissor ou narrador se serve para criar um ato narrativo: personagem, ação, espaço, e tempo em desenvolvimento. Os outros dois da narrativa são: narrador e enredo ou  trama.

A narração envolve:
I. Quem? Personagem
II. Quê? Fatos, enredo
III. Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos
IV. Onde? O lugar da ocorrência
V. Como? O modo como se desenvolveu os acontecimentos
VI. Por quê? A causa dos acontecimentos

DESCRIÇÃO: Retrato através de palavras Tempo estático.

Descrever é pintar um quadro, retratar um objeto, um personagem, um ambiente. O ato descritivo difere do narrativo, fundamentalmente,  por não se preocupar com a seqüência de ações, com sucessão dos momentos,com o desenrolar do tempo. A descrição encara um ou vários objetos , um ou vários personagens, uma ou várias ações, em um determinado momento, em um mesmo instante e em um fração  da linha cronológica. É a foto de um instante.

 A descrição pode ser estática ou dinâmica.
 A descrição estática não envolve ação. Ex: Uma velha gorda e suja.

    A descrição dinâmica apresenta um conjunto de ações concomitantes, isto é, um conjunto de ações que acontecem todas ao mesmo tempo, como uma fotografia.

DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de idéias. Temporais/Atemporais.

Dissertar diz respeito ao desenvolvimento de idéias, de juízos, de pensamentos de raciocínio sobre um assunto ou tema.
Quase sempre os textos quer literários, quer científicos, não se limitam a ser puramente  descritivos, narrativos ou dissertativos.
Normalmente um texto é um complexo uma composição, uma redação, onde se misturam aspectos descritivos, com momentos narrativos e dissertativos e, para classificá-los como narração, dissertação ou descrição, procure observar qual o componente predominante.

Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explorar e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.





    
Produção de texto

Tipologia textual – Exercício

Numere os parágrafos a seguir, identificando o tipo de redação apresentada:
(1)  Descrição  (2) narração  (3) dissertação
( 2 ) O rapaz, depois de estacionar seu automóvel em um posto de gasolina daquela rodovia, perguntou a um funcionário onde ficava a cidade mais próxima. Ele respondeu que havia um vilarejo a dez quilômetros dali.
( 2 )  O rapaz, depois de estacionar o seu automóvel em um pequeno posto de gasolina daquela rodovia perguntou:
_ Onde fica a cidade mais próxima?
_ Há um vilarejo a dez quilômetros daqui – respondeu o funcionário.
( 1 ) Nas proximidades deste pequeno vilarejo, existe uma chácara de beleza incalculável. Ao centro avista-se um lago de águas cristalinas. Através delas, vemos dança rodopiante dos pequenos peixes. Em volta desse lago pairam, imponentes árvores seculares que parecem testemunhas vivas de tantas histórias que se sucederam pelas gerações. A relva, brilhando ao sol, estende-se por todo aquele local, imprimindo á paisagem um clima de tranqüilidade e aconchego.
( 3 ) Acreditamos firmemente que só o esforço conjunto de toda a nação brasileira conseguira vencer os gravíssimos problemas econômicos, por todos há muito conhecidos. Quaisquer mediadas econômicas, por si só, não são capazes de alterar a realidade, se as autoridades que as elaboram não contarem com o apoio da opinião pública em uma comunidade de cidadãos conscientes.
( 2 ) As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria algo das mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram senados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsa-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.
( 1 ) Joaquim trabalhava em um escritório que ficava no 12º andar de um edifício da Avenida Paulista. De La avistava todos os dias a movimentação incessante dos transeuntes, os freqüentes congestionamento dos automóveis e a beleza das arrojadas construções que se sucediam do outro lado da avenida. Estes prédios moderníssimos alternavam-se com majestosas mansões antigas. O presente e o passado ali se combinavam e, contemplando aquelas mansões, podia-se, por alto, imaginar o que fora, nos tempos de outrora, a paisagem desta mesma avenida, hoje tão modificada pela ação do progresso.
( 3 ) Diziam as pessoas ligadas ao estudo da Ecologia que são incalculáveis  os danos que o homem vem causando ao meio ambiente. O desmatamento de grandes extensões de terra, transformando-as em verdadeiras regiões desérticas, os efeitos nocivos da poluição e a matança de indiscriminada de muitas espécies são apenas alguns dos aspectos a serem mencionados. Os que se preocupam com a sobrevivência e o bem-estar das futuras gerações temem que a ambição desmedida do homem acabe por tornar esta terá inabitável.
( 2 ) o candidato a vaga de administrados entrou no escritório onde iria ser entrevistado . Ele se sentia inseguro, apesar de ter um bom currículo, mas sempre se sentia assim quando estava por ser testado. O dono da firma entrou, sentou-se com ar de extrema seriedade e começou a lhe fazer as perguntas mais variadas. Aquele interrogatório parecia interminável. Porem, toda aquela sensação desagradável dissipou-se quando ele foi informando de que o lugar era seu.
( 2 ) Estava parado no ponto de ônibus, quando vi, um rapaz que caminhava lentamente pela rua. Ele tropeçou em um pacote embrulhado em jornais. Observei que ele pegou com todo o cuidado, abriu-o e viu, surpreso que ali havia uma grande quantia em dinheiro.
( 1 ) O objeto tem o formato semelhante ao de uma torre de igreja. É constituído por um único fio metálico que, dando duas volta sobre si mesmo, assume a configuração de dois desenhos ( um dentro do outro), cada um deles apresenta uma forma especifica. Essa forma é composta por duas figuras geométricas: um retângulo cujo lado maior apresenta aproximadamente três centímetros  e um lado menos de cerca de um centímetro e meio;  um dos seus lados menores é, ao mesmo tempo, a base de um triangulo eqüilátero, o que acaba por torná-lo um objeto ligeiramente   pontiagudo.
( 3 ) A televisão aliena o homem por requisitá-lo inteiramente para si, uma vez que as informações que traz são bombardeadas em frações de segundos, não permitindo o menor desvio de sua atenção e nem uma reflexão mais aprofundada devido à rapidez e quantidade de informações.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

TEXTO: UM APÓLOGO


Machado de Assis


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

sábado, 24 de setembro de 2011

REPORTAGEM

Educação: vergonha nacional

06/07/2003


A pesquisa foi feita pela Unesco e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Foram testados estudantes de 41 países, na faixa de 15 anos, de escolas públicas e particulares.
No teste de leitura, os brasileiros ficaram em 37º lugar. Piores, só os da Macedônia, Indonésia, Albânia e do Peru. Nas provas de ciência e matemática, o resultado foi ainda mais desastroso para o ensino brasileiro: 40º lugar, na frente apenas do Peru.
No outro extremo, tiveram melhor desempenho: Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, Hong Kong e Coréia do Sul. O Brasil é um dos países que menos gastam por aluno do início da educação até os 15 anos: só R$ 30 mil. Como comparação, a Coréia do Sul gasta o triplo com seus estudantes.
"Como brasileiro é uma vergonha, como ministro é uma grande preocupação. Se quisermos mudar isso, temos que começar já a mudar e não vai ser de repente. Pode levar 15, 20 e até 30 anos", diz o ministro da Educação Cristovam Buarque.
O que acontece com um jovem que lê, mas não compreende o sentido da leitura? Quais as conseqüências disso no dia-a-dia deste jovem?
"Não sabendo compreender bem o texto, você não tem o acesso a texto de provas, você não interpreta corretamente os seus enunciados. Ao ler um livro didático é problemático também, porque aquelas informações não são aprendidas da maneira como deveriam ser. Às vezes, até mesmo uma ida à livraria faz diferença. Chegar na livraria, olhar os livros, comentar com os filhos são atitudes que despertam no jovem o interesse pela leitura", explica o educador João Guilherme Quental.
O repórter Zeca Camargo foi à Finlância, o país apontado pela Unesco como o de melhor desempenho em leitura nas escolas. As crianças agora estão de férias na Finlândia. Mas Joska vem até a escola para treinar basquete. Ele diz que é bom vir e praticar com os amigos.
"Aqui, você aprende de um jeito diferente e divertido, nunca faz a mesma coisa. O professor pede para você inventar as coisas que você quer fazer", constata.
Os brasileiros e filhos de brasileiros que vivem na Finlândia não se surpreendem com a pesquisa.
"É uma educação bem diferente da do Brasil, porque eu estudei em escola publica, apesar que meu filho estuda em escola publica, mas a diferença é muito grande", garante o técnico de futebol Getúlio Fredo.
Fora do Brasil há 18 anos, Getúlio teve uma infância simples e espera que seus filhos não passem pelo mesmo sacrifício que ele para serem educados.
Mas o que será que existe na Finlândia que faz com que o ensino seja considerado o melhor do mundo? Quem sabe os alunos de uma escola pública em Turku, uma cidade com 200 mil habitantes, não sabem a resposta?
"Eu aprendo muita coisa de um jeito divertido - e brinco com os amigos", diz uma menina.
"Eu aprendo tudo de uma maneira diferente...", constata outra menina.
Mas qual seria essa diferença? A professora Leena Maianeme aposta primeiro na formação dos professores, que ganham, em média, 1.500 euros - quase R$ 5 mil brutos. Ela também ressalta a importância da liberdade que esses professores têm de decidir como vão dar as aulas, acompanhando os interesses de cada aluno. Se um deles quer se dedicar a leitura, explica Leena, não precisa ficar sentado atrás de uma carteira. Faca do jeito que quiser - eles sabem que não precisam provar nada para os professores, mas para eles mesmos!
Manuel é irmão de Luana. Os dois têm um pai brasileiro, Marcos. Aos 13 anos, Manoel já fala finlandês, sueco, inglês e português em casa.
"Eles olham pra criança e vêem o que aquela criança precisa", explica Marcos Pinto, pai de Manuel.
Marcos mora na Finlândia há 15 anos. Casado com uma finlandesa, ele trabalha com teatro de marionetes. Já ganhou prêmios importantes e é bem conhecido em Turku - um lugar muito longe de Cuiabá, onde Marcos nasceu e estudou.
Em Cuiabá, a escola onde Marcos fez o primeiro colegial - a Liceu Cuiabano - é de ensino público e uma das mais concorridas do Mato Grosso. Mas onde ele estudou a oitava série, a Senador Azerado, tudo é muito diferente. Só existem três computadores. As máquinas ficam na secretaria. Os alunos nem chegam perto delas.
A leitura é pouco estimulada. Os livros do colégio ficam no chão, embaixo de uma prateleira. Na sala de aula, 32 alunos. Professores com salário médio de R$ 900. Improvisos para tapar o sol, carteiras rabiscadas, uma antiga reclamação.
"Falta um apoio do governo em dar mais incentivo aos alunos da escola, porque eles também têm o direito de estudar", diz o estudante César Macegoza, de 14 anos.
Na hora do intervalo tem merenda. Mas onde está o refeitório? Os alunos comem em pé, no pátio (foto). Em resumo, em matéria de educação, a distância entre o Brasil e a Finlândia é bem grande.
A Carol também quer ser alguém - e em seis línguas: português, finlandês, sueco, inglês, italiano e espanhol. Com exceção do português, que ela fala em casa, os outros idiomas ela aprende na escola. Ela tem 11 anos, e mora em Helsinque, capital da Finlândia há nove anos. E já estudou no Brasil também.
"A matemática de lá é mais difícil do que a daqui", afirma Caroline Kohanevic, de 11 anos.
O técnico Getúlio, acha que as coisas podem mudar. Se o finlandês aprende muito com o brasileiro no futebol, o Brasil não pode aprender algo com a Finlândia na escola?
"É verdade, isso tem como melhorar...", diz.

Relação da reportagem com o texto Não despertemos o leitor (Mário Quintana).

O texto e a reportagem falam sobre o ato da leitura no nosso dia-a-dia, a maioria das pessoas principalmente Brasileiros não tem o ato de ler, tem preguiça, arranjam desculpas como: não tenho tempo, minha vida é corrida, trabalho muito. A maioria não tem tempo para ir pelo menos uma vez no mês em uma biblioteca ou comprar um livro, esse é o mal dos Brasileiros.
No caso das crianças e adolescentes muitas vezes não tem um estimulo da família, professores ou até mesmo a falta de apoio do governo, isso acaba contribuindo para si construir leitores mais preguiçosos.



CHARGE

CHARGE

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

CRÔNICA

A leitura é base do assunto e do estilo

     Está na leitura a base do bem pensar, falar e escrever. Em todos os tempos e lugares, inclusive nos tempos e lugares da Informática, Internet e de outros tantos inventos que estão vindo e que haveremos de conhecer e usar, não há como a leitura para o domínio do que antes se disse. A leitura oferece, em mananciais inesgotáveis, os saberes e os estilos para o bem pensar, falar e escrever. O bom pensar, a boa fala e a boa escrita tiveram, têm e terão a base número um na leitura e não nesses modernos e ultramodernos meios de comunicação que existem e que existirão.


     Elvo Clemente, marista, doutor em Letras, professor na PUCRS e acadêmico em Porto Alegre, escreveu no Correio do Povo o artigo “Leitura: Redação...” Nesse artigo, escrito antes da Informática e da Internet, ou seja, no dia 31 de agosto de 1977, além de outros ensinos mais que duram até hoje, encontram-se estes: “A leitura é a chave das línguas falada e escrita. Tanta gente fica aí diante de outros sem saber o que dizer, pois não têm leitura! Aquilo que eles vêem na televisão ou nas histórias em quadrinhos, tudo é visual, superficial, não penetra no mundo interior. Não dá assunto para falar”. Não dá assunto, tripartindo esse falar, para pensar, falar e escrever.




     E no Caderno de Sábado do Correio do Povo do dia 6 de agosto de 1977, Mário Quintana escreveu dezenas de linhas cheias de ensinamentos duradouros. Dessas linhas, transcrevem-se estas: “Sim, havia aulas de leitura naquele tempo. E como a gente aprende a escrever lendo, da mesma forma que aprende a falar ouvindo, o resultado era que - quando necessário escrever um bilhete, uma carta - nós, os meninos, o fazíamos naturalmente, ao contrário de muito barbadão de hoje.” É ele, o poeta gaúcho, quem fala: a gente aprende a escrever lendo... O gerúndio lendo, uma vez partido em três, diz que a gente, lendo, aprende a bem pensar, falar e escrever.




Aprender fazendo




     Professor de Lingüística e de Língua Portuguesa na URI de Santo Ângelo, Dálcio Malmann não se cansava de repetir nas aulas esta grande e imorredoura lição: Se a gente quiser aprender a falar, tem que falar, se quiser aprender a escrever, tem que escrever, se quiser aprender qualquer coisa, tem que fazer essa coisa. Não há outro jeito.”




     De fato, assim como se aprende a nadar nadando, a jogar jogando, a surfar surfando, a andar de motocicleta andando, a amar amando, a namorar namorando, a ler lendo, assim também se aprende a pensar pensando, a falar falando e a escrever escrevendo. Quanto mais se treina, isto é, quanto mais se nada, joga, surfa, anda, ama, namora e lê, tanto mais se aprende a nadar, jogar, surfar, andar, amar, namorar e ler. E quanto mais se pensa, se fala e se escreve, tanto mais se aprende a pensar, a falar e a escrever. Também aqui quantidade é qualidade.




     Pessoas que bem pensam sabem que o pensar, falar e escrever, mais ainda, que o bem pensar, falar e escrever têm base na leitura. É a leitura que dá o saber, a cultura, o assunto, o “café no bule”. E dá, também, ao mesmo tempo, o jeito melhor de dizer o saber, a cultura, o assunto, o “café no bule”, isto é, o estilo. Na leitura, pois, se adquire a ciência e a arte, o conteúdo e a forma, o assunto e o estilo, ou seja, as idéias e as maneiras de dizê-las pela fala e pela escrita.




     Pensar, falar e escrever bem é uma ciência e uma arte. Todos podem adquiri-las. Mas essa ciência e essa arte demandam disciplina, organização, esforço permanente e ininterrupto. Sólida e sempre atualizada bagagem cultural, bem como o domínio da ciência e da arte do bem pensar, falar e escrever, conquistam, junto com outros quesitos e valores humanos, os mais altos conceitos nas avaliações sociais e profissionais. Inclusive nas dos órgãos avaliadores, privados e oficiais. E são, também, verdadeiros cartões de visitas. Há farturas de livros nas bibliotecas municipais, escolares, universitárias. É nos livros que se encontram as inesgotáveis fontes de realidades e de sonhos que dão assuntos e jeitos para a sempre aperfeiçoável ciência e arte do bem pensar, falar e escrever.




     Isto posto, convém ainda dizer que a receita maior e melhor de se pensar bem tudo o que se pensa, de falar bem tudo o que fala e de escrever bem tudo o que se escreve é pensar bem tudo o que se pensa, falar bem tudo o que se fala e escrever bem tudo o que se escreve. É, no fundo, pensar e pensar, falar e falar, escrever e escrever, ler e ler. É, enfim, unir sempre, durante a vida toda, teoria e prática. O ensino dessa receita, até mesmo o didático-pedagógico, está na leitura. Pois a leitura dá, além de tudo mais, assunto e estilo.



Artur Hamerski, professor, Santo Ângelo - RS - por correio eletrônico

ARTIGO

Leitura e Interpretação

Janice do Rocio Colodel Costa


O que é que permite viajar, conhecer gente e costumes sem sair do lugar? Como conhecer os segredos e os mistérios do mundo?
Dentre as experiências de vida das pessoas, a leitura aparece como uma das mais adequadas para fazê-las viajar, conhecer e encontrar sentido na vida. Este sentido vem, em grande parte, do conhecimento e do modelo que a família passa na infância. Estimular o apreço pelo livro e pela literatura é despertar também o interesse pela informação.
As Teorias da Leitura oferecem várias maneiras de se ler um texto, mas a leitura vai depender de como se lê e do momento histórico do discurso.
Pode-se dizer ainda que um texto é um jogo de estratégias mais ou menos como pode ser a disposição de um exército para uma batalha (ECO, 1984, p.9).
A leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. O bom leitor é capaz de relacionar as intenções comunicativas impostas no discurso entre o sujeito que produz o artigo com os outros que o recebem, pois o texto só existe quando há comunicação, interpretação entre produtor e o público que se pretende atingir.
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem" (QUINTANA, Mário). Essa capacidade de formar um leitor, está ligada à diversidade de leitura, um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas é aquele que lê diversos tipos de texto com profundidade. Cada vez que se lê o mesmo texto, certamente se terá novas interpretações dentro do momento histórico da leitura.
“Um país se faz com homens e com livros”, escreveu Monteiro Lobato. Nas entrelinhas pode-se entender que as nações necessitam de grandes idéias, de pessoas que saibam pensar.
A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições de atuar sobre ele, modificando-o e tornando-o melhor.
Quem lê, além de enriquecer seu vocabulário, abre seus horizontes, entra em contato com pensamentos e opiniões diversas, com diferentes pontos de vista. Por meio da leitura, o ser humano cresce e conhece o universo, descobre a maneira de aprender a ler a vida, ler no sentido de interpretar, observar, refletir etc... Porém, se somente ler um grande número de obras apenas decodificando caracteres e não conseguir ler o seu entorno, dificilmente crescerá na “escola da vida”.
Como afirmou Iser “enquanto se falava da intenção do autor, da significação contemporânea, psicanalítica, histórica etc. dos textos ou da sua construção formal, raramente se lembravam de que tudo isso só teria sentido se os textos fossem lidos” (1996, p.49).
A literatura é algo sempre em movimento, que exige um trabalho ativo e criador da parte do leitor. É preciso que haja uma interação constante entre as duas partes, texto e leitor, para que haja literatura. E essa interação se realiza através do ato de leitura.
De acordo com Iser,  as obras permanecem mas as interpretações que lhes damos variam pois, cada vez que há leitura, há atribuição de sentido (1996, p.54). Se por leitura deve-se entender a interação entre o texto e o sujeito, pode-se deduzir que o contexto histórico, cultural e social modificam as perspectivas e as representações que definem o ato de ler. Assim, o efeito estético, ou a beleza, resulta do prazer que o sujeito que recebe a obra experimenta ao responder aos apelos contidos na sua estrutura formal, atualizando as potencialidades inscritas na forma do texto, captando a sua indeterminação, preenchendo os seus vazios. Deste modo, o sentido e a beleza não mais são considerados dados do texto, mas surgem da interação que o discurso literário solicita e postula enquanto tal.
Todo texto tem vazios e o leitor faz sua interpretação. Sempre há margem para outras conclusões, pois a interpretação depende da comunidade que lê e do momento histórico do discurso.
O leitor é ativo e é ele que dá sentido aos textos. “O ponto de vista do leitor sempre oscila, de modo que os segmentos de cada perspectiva se tornam seja tema, seja horizonte” (ISER, 1996, p.182).
O texto pode suscitar as mais diversas interpretações desejadas ou não pelo autor, produzidas por um texto cujo mecanismo de funcionamento interno se presta aos mais variados percursos e são constituídas pela atividade interpretativa do leitor que nelas projeta seus desejos, afetos e interesses sobre qualquer objeto de análise.
O texto é composto por espaços em branco a serem preenchidos pelo leitor que vivencia a valorização de sentido que o destinatário ali colocou. Por outro lado, para que o leitor assuma esse traço ativo é preciso que o texto proponha uma imagem do leitor modelo que ele prevê. Como diz Iser “os procedimentos mais diversos da interpretação, a leitura dos textos é uma pressuposição indispensável, ou seja, um ato que sempre antecede os atos interpretativos e seus resultados” (1996, p.49). Porém, isso não significa uma total liberdade de interpretações, pois esta também invoca limites.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ECO, Umberto. Conceito de texto. São Paulo: EDUSP, 1984.

2.ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético.
    São Paulo : 34,1996, v.1.

3.YUNES, Eliana (Org.). Pensar a leitura: complexidade. Rio de Janeiro : 
    Loyola, 2002.

MÚSICAS QUE FALAM SOBRE A LEITURA


Uma Leitura Mineral Incrível
Uma leitura mineral incrível
Ratos são cristais nessa prateleira
Da secura na boca um diamante
De repente você

Num quarto escuro
Peixes hidráulicos e som
Na rua nua
A nossa paranóia
Uma leitura mineral incrível
Tire os sapatos e a sua máscara
Enquanto o mundo gira
Relaxe a sua mente

Num quarto escuro
Peixes hidráulicos e som
Na rua nua
A nossa paranóia

Num quarto escuro
Peixes hidráulicos e som
Na rua nua
A nossa paranóia


Leitura
Composição: Mazinho Turle, Dilson Gunane e Barney
De repente naveguei 
Como o pirata da perna de pau
 
Num instante me encontrei
 
Defendendo jacaré no pantanal
Em seguida eu vivi 
Uma história de amor ao luar
 
Cada dia uma aventura
 
A leitura faz a gente viajar
É bom voar nas asas da imaginação 
É alimentar o corpo, a mente e o coração (Bis)
Lendo a gente pode ser 
Tudo aquilo que a gente sonhar
 
Se conhece o mundo inteiro
 
Sem ao menos sair do lugar
Conhecemos as pessoas 
E o que existe entre o céu e o mar
 
E numa lição de vida
 

Aprender pra depois ensinar