sexta-feira, 23 de setembro de 2011

TEXTO: NÃO DESPERTEMOS O LEITOR

Os leitores são, por natureza, dorminhocos. Gostam de ler dormindo.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com idéias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.
(QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)
NÃO DESPERTEMOS O LEITOR
Colégio Est. Gov. Luiz Viana Filho
Ensino Médio Série: 2ª

Explorando o Texto:
1. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.

Resp: Um leitor preguiçoso, ler pela metade.

2. Como você se classificaria: um leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique.

Resp: a) leitor dorminhoco: dorme enquanto lê
b) leitor semidesperto: as vezes cochila enquanto lê
c) leitor atento: fica com os olhos bem aberto em quanto lê

3. Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?

Resp: não. Porque ele foi um filosofo muito antigo, o filosofo antes de Cristo.

4. Por que os sete sábios da Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?

Resp: Porque eles questionavam sobre a existência.


5. Uma das técnicas da dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?

Resp: que eles eram chatos, segundo Plutarco.

6. Caetano Veloso, na letra Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?

Resp: o homem não aceita o “novo”.

7. Qual a diferença de postura entre o leitor dorminhoco, o leitor semidesperto e o leitor atento em relação à frase: " O Brasil não fugirá ao seu destino histórico"?

Rep: a) impressiona, causa comoção
b) não tem o que acrescenta
c) a frase não dez nada, pois tudo tende a acabar, a morte é fato.

Texto trabalhado em sala de aula no dia 10/08/2011.

2 comentários:

  1. APARTE DESSE TEXTO PODEMOS VER COMO AS PESSOAS ESTÃO CADA VEZ PREGUIÇOSOS EM RELAÇÃO A LEITURA, ESTÁ CADA VEZ MAIS LENDO MENOS.

    SHIRLEY SOUSA

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  2. O texto revela um fato já existente na nossa sociedade.Dos leitores que não dão a importância a leitura.

    ISABELA HELENA

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