terça-feira, 29 de novembro de 2011

MURAL



O meu ideal seria...

Meu ideal seria escrever sobre uma escola ideal, isenta de sectarismos de ordem econômica e religiosa, uma escola que exista para formar um sujeito, empático para com o seu meio social, mas seguro de seu próprio intelecto. Que valorize o ensino público, laico e acessível a todas as classes econômicas. O aspecto profissionalizante, por óbvio, não deve ser olvidado, mas é necessário restabelecer e instigar um ensino cada vez mais filosófico, onde o aluno não apenas absorva conhecimentos, mas participe do aprendizado que lhe deve ser, antes de imposto, sugerido.

Maraisa Gusmão

Luz nas trevas

LUZ NAS TREVAS
Silvio Bugelli
Estamos na Era do Conhecimento, portanto, nada mais lógico do que toda a sociedade valorizar esta moeda de tão alto valor: o aprendizado. Entretanto, a supervalorização deste ativo tão importante pode trazer efeitos colaterais prejudiciais ao desenvolvimento pessoal e profissional de cada um. Mesmo que pareça estranho, isto pode acontecer!
O processo de aprendizado começa quando estamos conscientes de que não sabemos. Isto significa que precisamos assumir o oposto do conhecimento, que é o desconhecimento.
Geralmente há resistência em reconhecer, perante as outras pessoas, essa falta de conhecimento, pois a defesa do ego fala mais alto. Sem aceitar que não sabem, os indivíduos vivem nas trevas. Vivem a vida como sonâmbulos, sem ambições e sem o arejamento do aprendizado. Quando alguém está na escuridão, "não sabe que não sabe", vivendo, deste modo, de forma alienada.
No momento em que um feixe de luz dá sinais que um novo e grandioso mundo existe, passamos a perceber nossa falta de conhecimento. É a fase da tomada de consciência. Isto, porém, é pouco, caso não haja uma ação efetiva em busca do aprendizado.
O "saber que não se sabe" nos leva a uma decisão, pois este é um estágio transitório. As três diferentes situações que podem vir após a tomada de consciência são:
Apesar de conscientes, podemos ficar entorpecidos, confusos, sem ação e energia para ir de encontro ao conhecimento. Isto representa fazer a escolha pela paralisia. Geralmente, a falta de uma visão grandiosa, capaz de impulsionar a viagem em busca do aprendizado, é força ausente e, assim, passamos a viver com desânimo, pois mesmo sabendo da necessidade de aprimorar conhecimentos, nos sentimos incapazes de realizar. Este estado não cria movimento e gera angústia, não havendo evolução pessoal.
Um segundo caminho é o da pré-potência, e representa assumir o cinismo. Para defender o ego e a alta-estima (não confundir com auto-estima) mesmo sabendo que não sabe, passa-se a viver "a verdade de sabe-tudo", olhando com desdém aquele que aprende. A ausência de valores éticos como verdade, integridade, tolerância, humildade, entre outros, é o grande causador da vida em ilusão, uma mentira para si mesmo.
Uma terceira via é viver como um eterno aprendiz. Para isso, precisamos desenvolver o autoconhecimento com a clareza do "sei que não sei". Reconhecendo que tudo o que é vivo precisa constantemente se alimentar, para mantermos nossas batidas cardíacas de conhecimentos, devemos viver iluminados com a fome do aprender.
A Vida de Aprendiz representa fazer uma escolha: viver como protagonista em um mundo repleto de expectadores. É claro que para cada escolha existe um preço a ser pago:


- O preço das trevas é a impotência
- O preço da paralisia é a depressão
- O preço da "pré-potência" é o isolamento
- O preço da Vida de Aprendiz é a ansiedade, pois sempre existirão novas coisas para aprender.

Todos nós sabemos do nosso "saldo atual" e da nossa capacidade de "investimento", portanto, o preço a ser pago é uma questão de escolha de cada um!

MEU IDEAL SERIA ESCREVER SOBRE ...

A importância da leitura

Meu ideal seria escrever sobre a importância da leitura, pois ela é muito importante para o desenvolvimento do ser humano.
Através dela podemos ter novos conhecimentos, apresentar novas idéias, enriquecer o nosso vocábulo, dinamizar o raciocínio e a interpretação.
Com todos esses valores e benefícios que a leitura traz para as pessoas, a maioria ainda continua lendo cada vez menos, muitos por motivos de que na infância não tiveram o incentivo dos pais em relação a leitura, assim não toma consciência de que a leitura é indispensável para o seu desenvolvimento e aprendizagem e continua lendo pouco.
As tecnologias do mundo moderno fazem com que as pessoas deixem a leitura de livros, revistas e jornais de lado para saber informações de maneira mais fácil, como: TV, rádio, computador, etc.
Durante a leitura descobrimos coisas novas e desconhecidas. O habito de ler deve ser estimulado na infância para que no futuro tenha bons leitores lendo com prazer não por obrigação, tornado-se adultos culto, dinâmico, atualizado, etc.

Shirley Sousa


JACQUELINE ANDRADE

Possui graduação em Letras pela Universidade Católica do Salvador; pós-graduação em: Metodologia do Ensino Superior; Novas Abordagens para o Ensino de Gramática e Texto; Gestão de Instituição de Ensino Superior; MBA em Engenharia de Produção com Ênfase em Inteligência Organizacional. Professora de Língua Portuguesa há 23 anos, ensina as disciplinas: Língua Portuguesa, Português para Concursos; Redação para Vestibular; Comunicação Organizacional; Redação Técnica e Oficial; Oratória; Oratória para Professores; Metodologia Científica; Linguagens e Comunicação; Estágio Supervisionado. É revisora e normalizadora da Revista Brasileira de Administração Política - REBAP- da Escola de Administração da UFBA. É coordenadora do Núcleo de Estudo de Língua Portuguesa da Faculdade da Cidade do Salvador. Professsora da Pós-Gradução da Visconde de Cairu, da Faculdade Maurício de Nassau e da FAculdade da Cidade do Salvador. Foi Consultora Pedagógica e Planejamento da FTC, responsável pelo planejamento, gravação e condução da disciplina virtual, Linguagens e Comunicação, oferecida pelo Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) , desde julho de 2008.
Meu ideal seria escrever...

Meu ideal seria escrever sobre um país mais alegre, sem corrupção, onde todos os políticos cumprissem as promessas que são feitas. Onde nossos pais fossem mais compreensíveis, que nossos amigos fossem mais fiéis.
Mas como nem tudo é como a gente espera, eu vou ter que escrever sobre um país inteiramente poluído, em todos os sentidos, da poluição visual, até a poluição de grandes fábricas que acabam com a camada de ozônio. Falarei também de pais que vivem trabalhando e não têm mais tempo para os filhos; de maridos ausentes em casa; de esposas que, com os maridos ausentes, arrumam amantes; de filhos que não entendem os pais, acham que seu “mundinho” é tudo, e não olham ao seu redor; de amigos que, na sua frente dizem: “To contigo...”, mas na primeira briga, param de se falar; de pessoas que, por mais que pareçam felizes, usam mascaras com um sorriso e um belo “bom dia”, mas por baixo dessas mascaras estão ardendo em tristeza, de infelicidade.
Como não custa sonhar, meu ideal ainda seria escrever de um lugar onde não existam divórcios, falsidade, dores, corações partidos. Mas só exista amor, carinho, bondade e tudo de bom, onde todas as mascaras da vida sejam arrancadas e que as pessoas sejam realmente felizes.
Paulinho Rogerio

O meu ideal seria escrever...

Meu Ideal Seria Escrever...

Rubem Braga


Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".

E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.